Reportagem do jornal espanhol El País trata de um assunto delicado: o tratamento de pedófilos. O intuito é prevenir os abusos tratando com antecedência aquele que pode vir a tornar-se agressor. “Não é suficiente demonstrar remorso quando já se abusou de uma criança”, diz Josep María Farré, chefe de Psiquiatria do Hospital Quirón Dexeus, na Espanha.
O texto traz depoimentos de pedófilos que buscaram tratamento psicológico e atualmente conseguem controlar seus impulsos. “Sabe-se que a pedofilia, como todos os despertares sexuais, costuma aparecer na adolescência e vir acompanhada de ansiedade, culpa, vergonha, isolamento e ideias suicidas”, escreve Patricia Gonsálvez, autora da matéria. Portanto, quanto mais cedo o início do tratamento, melhores os resultados.
Mas o assunto é cercado por tabus, o que faz com que poucos pedófilos peçam ajuda. Os pais de Sergi, 16 anos, um dos personagens da reportagem, encontraram fotos de crianças nuas no computador do filho. Não era nada explícito, ainda assim, perceberam que aquilo era o início de algo que precisava de acompanhamento, por isso levaram o filho a um especialista. “Você tenta deixá-lo com medo, dá bronca. Nosso filho é um menino carinhoso, ajuda em casa e cede o lugar no ônibus… Dissemos a ele, queremos te ajudar, perguntamos: você gosta de crianças? De onde vem esta atração? Por que faz isso? Mas ele só respondia: ‘Não sei. Não sei.’”, conta a mãe de Sergi.
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