Pesquisa nacional revela opinião dos pais sobre a escola pública

Pesquisa realizada em 2005 pelo Ministério da Educação junto a uma amostra de 10.000 pais, em todos os Estados brasileiros, mostrou que eles apresentam uma imagem positiva sobre a atuação do diretor e dos professores das escolas públicas. Mais de 80% dos entrevistados afirmam que os diretores resolvem os problemas da escola e se relacionam bem com as famílias. A opinião sobre os professores é igualmente positiva: 89% dos pais afirmam que eles são atenciosos com os alunos e 82,6% acham que eles estão preocupados em ensinar e dar uma boa aula. 

Ao mesmo tempo, 75,8% dos pais ou responsáveis apontam a falta constante dos professores como um dos maiores problemas da escola pública. E para 62,8% a aprovação dos alunos no final do ano está muito fácil. 

Estes dados evidenciam contradições na percepção dos pais e permitem que se indague até que ponto sua participação na vida escolar tem possibilitado uma avaliação mais profunda da qualidade do ensino. Como se sabe, dados do próprio MEC sobre o nível de proficiência dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática apontam que a qualidade do ensino público brasileiro é muito insatisfatória. 

Alguns problemas são percebidos de forma mais clara pelos pais. O principal deles parece ser a violência: 52% dos entrevistados se queixam de brigas constantes entre os alunos, dentro e perto da escola, e 30% relatam a existência de roubos a alunos, professores e funcionários dentro da escola. O acesso dos alunos às novas tecnologias foi outro ponto de destaque negativo na pesquisa: numa escala de 0 a 10, a nota média nacional dada pelos pais às salas de informática e à oportunidade de acesso a computadores na escola pública foi 2,9. 

A pesquisa revelou, também, alguns dados sobre os pais ou responsáveis pelos estudantes brasileiros das escolas públicas de ensino fundamental. Do total de entrevistados, 58,3% têm escolaridade até o ensino fundamental completo. Mais de 73% têm renda familiar que não ultrapassa 3 salários mínimos. A grande maioria raramente lê livros ou jornais.