Pedofilia é doença e deve ser tratada, defende psiquiatra

Em maio de 2013, a Polícia Civil paulista anunciou que, desde o ano de 2011, vem trabalhando na criação de um banco de dados inédito com informações sobre todos os pedófilos do Estado. O cadastro inclui nome, foto, cor de pele, idade e histórico de crimes. Os dados não estão disponíveis ao público, mas alguns dos resultados estatísticos foram divulgados (confira os dados estatísticos abaixo).

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o psiquiatra Danilo Baltieri, professor da Faculdade de Medicina do ABC e pesquisador sobre abuso de álcool e drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, diz que a medida “é interessante do ponto de vista investigativo. No entanto, o termo pedofilia se refere a uma doença”.

De acordo com o psiquiatra, apenas de 20% a 40% daqueles que cometem crimes sexuais contra crianças são realmente pedófilos. “Os demais podem ter outros problemas médicos. Uma diferenciação especializada dessas pessoas contribuiria na abordagem de cada tipo de agressor”, afirma Baltieri.

Sobre a possibilidade de vazamento de informações, o psiquiatra alerta para o risco de a população “tentar ‘justiça’ pelas próprias mãos”.

 

Dados estatísticos

De acordo com as informações coletadas e organizadas desde 2011 pela 4ª Delegacia de Repressão à Pedofilia, 80% das vítimas são meninas. Sessenta por cento (incluindo ambos os sexos) têm entre sete e 13 anos de idade, 35% têm menos de sete anos e 5%, acima de 13.

Já entre os violadores, 40% têm entre 18 e 40 anos, 35% têm menos de 17 anos e 25%, mais de 40 anos. Sessenta por cento não possuem grau de parentesco com a vítima – mas podem ser conhecidos, como vizinhos, amigos da família, etc. Dos 40% restantes, 15% são pais, 10% são padrastos e 15% incluem tios, avôs e primos.

 

Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui (O jornal Folha de S. Paulo permite a leitura gratuita de 20 matérias/mês).