Para mudar estereótipos sobre o envelhecimento: não existe um único tipo de pessoa idosa

26/01/2016
Equipe Prattein

Não existe um único tipo de pessoa idosa

Entre a população idosa existe uma grande diversidade. Alguns octogenários apresentam níveis de capacidade física e mental que são comparáveis aos apresentados por jovens na faixa dos vinte anos. Outros idosos na faixa dos 80 anos podem necessitar de amplos cuidados e apoio para suas atividades básicas de vida diária, tais como se vestir ou se alimentar. As políticas públicas devem contemplar essa diversidade e buscar a melhoria das habilidades funcionais dos diversos segmentos da população que envelhece: idosos ativos e independentes, idosos dependentes de cuidados, idosos que estão em estágios intermediários entre esses dois subgrupos.”

(Fonte: Organização Mundial da Saúde / Tradução livre: Prattein)

Acesse aqui o texto original da OMS

Comentário

A orientação da OMS ressalta a existência de diferentes perfis na população idosa, cujas necessidades e interesses demandam a existência de políticas públicas diferenciadas. Aqui reside um grande desafio para o Brasil.

Analisando os serviços e programas disponíveis para idosos em nosso país, verifica-se que um dos mais frequentes são os Centros de Convivência. A grande maioria desses centros apresenta uma estrutura física e de recursos humanos bastante simples, e destina-se a idosos que apresentam níveis satisfatórios de independência e autonomia. Há alguns anos atrás a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais definiu uma normativa mais elaborada para esse tipo centro, passando a denominá-lo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos.

Menos comuns são os serviços existentes para idosos com grau mais avançado de dependência e com perda relativa da autonomia. Um exemplo seria o Centro Dia do Idoso – serviço que apenas recentemente começou a ser normatizado e inexiste na ampla maioria das cidades brasileiras. Esse tipo de centro destina-se a idosos mais fragilizados, que necessitam de cuidados e apoio especial na vida cotidiana, nem sempre disponíveis no espaço domiciliar.

Idosos com grau elevado de dependência e redução severa da autonomia podem necessitar de atendimento em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) ou de Programas de Atendimento Domiciliar de Idosos (PADI). No Brasil a grande maioria das ILPI é operada por organizações não governamentais, muitas delas atuando em condições precárias. E os PADI são bastante raros.

Já para os idosos ativos e independentes, que buscam se manter produtivos, retornar ao mundo do trabalho ou iniciar uma atividade econômica ou uma atividade de interesse social, são muito raros os serviços de apoio disponíveis.