Lançado pelo Ministério da Saúde em março de 2012, o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS) – que avalia a oferta de ações e serviços de saúde (acesso) e se eles atingem os resultados esperados (qualidade) – gera polêmica entre especialistas.
O problema está no fato de o Governo Federal ter “ranqueado” os Estados e os municípios de acordo com resultados obtidos numa avaliação baseada em variáveis diversas, ou seja, homogeneizando indicadores compostos. “É obvio que o Rio de Janeiro não é a pior capital do país em termos de saúde pública, só para citar um exemplo”, diz Antônio Ivo de Carvalho, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) em entrevista publicada no blog Saúde em Pauta. “Para ranquear, é preciso ter indicadores sintéticos, e é praticamente impossível reduzir a um indicador sintético os 24 indicadores que foram selecionados com base em um estudo prévio da Fiocruz”.
O blog publicou uma série de depoimentos de especialistas em saúde. Célia Almeida, pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da ENSP, reforça que as metodologias de avaliação de desempenho são bastante complexas e por isso não se recomenda o uso de indicadores compostos (ou sintéticos). “(…)é preciso avaliar diferentes dimensões, que articulam necessidades (estado de saúde, determinantes da saúde) com o desempenho dos serviços propriamente ditos, que, por sua vez, também têm diferentes dimensões para ser avaliadas (características do sistema e provisão/ prestação de serviços). Além disso, cada uma dessas dimensões exigem indicadores específicos”.
De acordo com Valcler Rangel, vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz , além do ranqueamento, dois outros aspectos do IDSUS são passíveis de revisão: “a má utilização política desse tipo de resultado, principalmente em ano eleitoral, que pode jogar a discussão para o campo do debate superficial” e o que ele considera a parte mais profunda da questão, achar que esse índice vai apontar se o sistema está bom ou ruim.
Para ler na íntegra os depoimentos desses e de outros especialistas, acesse o blog Saúde em Pauta.
Os resultados polêmicos divulgados pelo Ministério da Saúde
Na primeira avaliação o Brasil atingiu a pontuação média de 5,47 em uma escala de zero a dez. A região Sul apresentou o melhor IDSUS (6,12), seguida pelo Sudeste (5,56), Nordeste (5,28), Centro-Oeste (5,26) e Norte (4,67).
Entre os Estados, Santa Catarina teve a maior pontuação (6,29). Em seguida, aparecem Paraná (6,23), Rio Grande do Sul (5,90), Minas Gerais (5,87) e Espírito Santo (5,79). Os menores índices foram registrados no Pará (4,17), em Rondônia (4,49) e no Rio de Janeiro (4,58).
Já entre os municípios, a maior pontuação foi anotada em Arco-Íris – cidade com 1,9 mil habitantes no interior de São Paulo – que obteve pontuação 8,38. O pior índice (2,5) ficou com Pilão Arcado (BA).
Os resultados do IDSUS 2012 estão disponíveis para consulta no site www.saude.gov.br/idsus.Lançado pelo Ministério da Saúde em março de 2012, o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS) – que avalia a oferta de ações e serviços de saúde (acesso) e se eles atingem os resultados esperados (qualidade) – gera polêmica entre especialistas.
O problema está no fato de o Governo Federal ter “ranqueado” os Estados e os municípios de acordo com resultados obtidos numa avaliação baseada em variáveis diversas, ou seja, homogeneizando indicadores compostos. “É obvio que o Rio de Janeiro não é a pior capital do país em termos de saúde pública, só para citar um exemplo”, diz Antônio Ivo de Carvalho, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) em entrevista publicada no blog Saúde em Pauta. “Para ranquear, é preciso ter indicadores sintéticos, e é praticamente impossível reduzir a um indicador sintético os 24 indicadores que foram selecionados com base em um estudo prévio da Fiocruz”.
O blog publicou uma série de depoimentos de especialistas em saúde. Célia Almeida, pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da ENSP, reforça que as metodologias de avaliação de desempenho são bastante complexas e por isso não se recomenda o uso de indicadores compostos (ou sintéticos). “(…)é preciso avaliar diferentes dimensões, que articulam necessidades (estado de saúde, determinantes da saúde) com o desempenho dos serviços propriamente ditos, que, por sua vez, também têm diferentes dimensões para ser avaliadas (características do sistema e provisão/ prestação de serviços). Além disso, cada uma dessas dimensões exigem indicadores específicos”.
De acordo com Valcler Rangel, vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz , além do ranqueamento, dois outros aspectos do IDSUS são passíveis de revisão: “a má utilização política desse tipo de resultado, principalmente em ano eleitoral, que pode jogar a discussão para o campo do debate superficial” e o que ele considera a parte mais profunda da questão, achar que esse índice vai apontar se o sistema está bom ou ruim.
Para ler na íntegra os depoimentos desses e de outros especialistas, acesse o blog Saúde em Pauta.
Os resultados polêmicos divulgados pelo Ministério da Saúde
Na primeira avaliação o Brasil atingiu a pontuação média de 5,47 em uma escala de zero a dez. A região Sul apresentou o melhor IDSUS (6,12), seguida pelo Sudeste (5,56), Nordeste (5,28), Centro-Oeste (5,26) e Norte (4,67).
Entre os Estados, Santa Catarina teve a maior pontuação (6,29). Em seguida, aparecem Paraná (6,23), Rio Grande do Sul (5,90), Minas Gerais (5,87) e Espírito Santo (5,79). Os menores índices foram registrados no Pará (4,17), em Rondônia (4,49) e no Rio de Janeiro (4,58).
Já entre os municípios, a maior pontuação foi anotada em Arco-Íris – cidade com 1,9 mil habitantes no interior de São Paulo – que obteve pontuação 8,38. O pior índice (2,5) ficou com Pilão Arcado (BA).
Os resultados do IDSUS 2012 estão disponíveis para consulta no site www.saude.gov.br/idsus.