Expectativa de vida aumenta, mas saúde de idosos fica comprometida

Estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP aponta para uma diminuição da qualidade de vida dos idosos de São Paulo. Desenvolvido pelo médico geriatra Alessandro Campolina, o estudo mostra que os idosos vivem mais tempo, mas convivem com doenças crônicas comuns de uma faixa etária mais elevada.

Até a década de 1980, acreditava-se que o aumento da expectativa de vida implicaria o aumento das doenças típicas dos idosos. A partir da década de 1980, houve uma mudança no pensamento: defendia-se que as pessoas viveriam mais e com boa saúde. Acreditava-se que o intervalo entre o surgimento de doenças e a morte – morbidade – diminuiria – o que foi chamado de compressão da morbidade.

A falta de políticas de prevenção é uma das razões para o aumento de tempo de enfermidade e para o fracasso da compressão da morbidade, de acordo com o geriatra. Ao jornal Folha de S. Paulo, Campolina afirma que “as pessoas pensam que prevenção só cabe aos jovens, mas ela deve ser incentivada para que os idosos tenham mais qualidade de vida, independentemente das doenças que já tenham”.

Para realizar o estudo, Campolina avaliou idosos participantes do Projeto Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), desenvolvido pela FSP, que acompanha, desde o ano 2000, a saúde e a qualidade de vida de idosos da cidade de São Paulo.

Entre 2000 e 2010, a incapacidade por doenças cresceu 78,5% entre os homens e 39,2% entre as mulheres. Houve um aumento de dois anos na expectativa de vida e uma perda de até três anos de vida saudável.

Com informações da Agência USP e do jornal Folha de S. Paulo

 

Saiba mais:

Idosos de São Paulo perderam anos de vida saudável na última década (O jornal Folha de S. Paulo permite a leitura gratuita de 20 matéria/mês).

Expectativa de vida cresce, mas vivemos mais tempo doentes